Meu primeiro post: Lorena Neves
Uma nova voluntária se junta à nossa equipe Brasil: bem-vinda Lorena!
Me chamo Lorena, tenho 26 anos e vou tentar me apresentar brevemente.
Em dezembro de 2012, após assistir o documentário “A Carne é Fraca”, em meio à lágrimas e incredulidade, decidi que não colocaria mais nenhum cadáver no meu prato. Me tornei ovolacto-vegetariana por não querer compactuar com o sofrimento daqueles animais. Mas minha vida mudou completamente um ano depois, quando descobri que era acessível e possível pautar meus hábitos de consumo e estilo de vida no veganismo. Desde então, abri os olhos para o tratamento indigno que muitos animais não-humanos vêm recebendo desde os primórdios da humanidade. Essa mudança pessoal naturalmente influenciou minhas metas profissionais.
Quando ingressei no curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), fui agraciada com encontros vitais nessa minha jornada. Conheci pessoas incríveis e movimentos ativistas que me ensinaram muito sobre as formas de abolição da exploração animal. Durante a graduação, fui integrante do Grupo Katumbaia de Direitos Animais da UFRRJ e Seropédica. Logo no início da graduação, soube que vários espécimes (incluindo mamíferos, cetáceos, artrópodes, insetos e invertebrados) seriam sacrificados para servirem de modelo didático em cada aula, cada turma, por cada período letivo, até o fim da minha formação acadêmica. Foi um choque. Nessa mesma época, fui apresentada ao veganismo e à Objeção de Consciência contra a utilização de animais sacrificados para finalidades didáticas. Conheci também o Instituto 1R e seus integrantes, que me mostraram como havia respaldo legal para minha escusa filosófica, ética e moral em não causar danos aos animais durante minha graduação.
Entrei com o processo administrativo de objeção, propondo aos professores a execução de projetos de educação humanitária, e me responsabilizando pela obtenção de alguns materiais alternativos para as aulas práticas. Essas estratégias poderiam reduzir a dessensibilização estudantil e melhorar o processo de aprendizagem sobre a biodiversidade. Em suma, meu processo administrativo circulou pelos departamentos por 2 anos e nenhuma medida prática foi tomada para acolher minhas solicitações – pelo contrário. Fui confrontada em reuniões, descredibilizada por professores e instruída a desistir do curso. Eu insisti por alguns anos, mas depois de um tempo não via mais a perspectiva de me formar naquela instituição. Porém, ainda acreditava que conseguiria conquistar meus ideais de maneiras menos arcaicas.
Migrei para o curso de Biomedicina na Universidade Católica de Petrópolis, que recebeu minhas demandas com muito respeito. Desde então, já produzi um artigo sobre ‘Regulamentação e Perspectivas Metodológicas Sobre Testes Em Animais No Brasil’, realizei estágios em laboratórios que implementam métodos in vitro para testes de segurança e desenvolvi meu TCC também focada na difusão dos métodos alternativos ao uso de animais. Em 2018, tive a honra de ser premiada com um Lush Prize, na categoria Jovem Pesquisador das Américas, idealizando o estudo de uma alternativa às proteínas derivadas de bovinos utilizadas em práticas científicas.
Atualmente, sou Biomédica e mestranda em Biotecnologia, atuando como pesquisadora na área de toxicologia in vitro. Já existem tecnologias mais do que capazes de libertar milhares de animais de testes cruéis.
Felizmente, em 2019 conheci a ONG Te Protejo através da campanha #LiberteSeDaCrueldade, e nossas missões se cruzaram. Por sempre me interessar no engajamento voluntário à causa animal, quis me aliar à Te Protejo porque sei que testar cosméticos em animais é abominável e desnecessário. Além disso, já existe uma gama de testes toxicológicos validados que não incluem animais, apresentando maior compatibilidade e maiores benefícios para a saúde humana. E é de extrema importância que esses produtos sejam certificados de maneira oficial e responsável, conscientizando o consumidor.
É uma honra fazer parte da Te Protejo Brasil! Não acredito que possamos alcançar a liberdade de um grupo sem que haja liberdade para cada indivíduo. Os animais não-humanos são sujeitos de direito e merecem nosso respeito. Nós também temos que ser livres para lutar por isso. Espero contribuir para que mais e mais pessoas tenham ferramentas e autonomia para seguir neste caminho promissor rumo ao fim da exploração dos animais.
"Compreender as coisas que nos rodeiam é a melhor preparação para compreender o que há mais além". Esta frase, atribuída à Hypatia de Alexandria, traduz um anseio que pretendo estimular por aqui.
Muito grata!
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