notícias |Postado em 29-01-2020

COSMÉTICOS NÃO TESTADOS EM ANIMAIS ESTARÃO À VENDA NA CHINA ATRAVÉS DE UM PROJETO PILOTO

Este plano permite às empresas internacionais comercializar seus produtos no País

A empresa internacional de cuidados da pele chamada Bulldog, será a primeira em vender seus produtos cosméticos na China que não foram testados em animais, programa piloto que permite manter sua certificação cruelty free da Leaping Bunny.

O esquema aponta promover uma solução ao requerimento obrigatório de testar em animais, na China, em cosméticos importados.

Baseia-se em uma regulamentação da China publicada em 2014, que permite que as provas possam ser omitidas em produtos cosméticos produzidos no país, explicou Mette Knudsen, CEO da Knudsen & CRC, empresa de consultoria, de certificação e regulamentação ubicada em Xangai.

O projeto é uma colaboração de 6 marcas globais de cosmética e Knudsen & CRC, a ONG Cruelty Free International (CFI) e Oriental Beauty Valley - negócio especializado em cosmética e indústrias da saúde, ubicado em Xangai Fengpu Industrial Park.

Sob o projeto piloto, as marcas podem escolher: fabricar completamente seus cosméticos na China ou importar todos seus ingredientes a granel para qualificar como “produto nacional”. O projeto piloto entrega a garantia de que cada passo, até o produto final, não será testado em animais.

“A regulamentação na China segue requerendo que qualquer produto de cosmética importado seja testado em animais. Enquanto os cosméticos de uso não especial produzidos no país não são obrigados a testar em animais, o que não significa que os produtos desta categoria não possam correr o risco”, explicou um porta-voz da CFI.

Os cosméticos que são definidos como não especiais são os que não contêm um grande risco em seus ingredientes, por exemplo, shampoo e perfumes.

Conscientizar sobre as alternativas

Para a CFI este acordo com seus sócios na China permite promover um nível extra de apoio e supervisão às marcas piloto que ingressam ao mercado sem testar em animais. A Cruelty Free International anunciou a ideia de levar produtos certificados pela Leaping Bunny à China em junho de 2018.

Knudsen falou que o objetivo do projeto é permitir ingressar às marcas internacionais e seus produtos ao mercado na China sem que se teste em animais, mas também conscientizar sobre as alternativas. Ela percebeu que quando o projeto começou, existia pouca consciência dentre os consumidores, mas isto têm aumentado “tremendamente” nos últimos dois anos.

“Definitivamente temos criado muita consciência sobre as alternativas nos métodos dos testes e também temos demonstrado que é seguro. Os objetivos do projeto piloto se têm cumprido e estamos em diálogo com as partes interessadas sobre os métodos de testes alternativos,” acrescentou Knudsen.

Novas regulamentações poderiam renunciar ao requerimento de testar em animais

Em maio, a Administração Médica Nacional de Produtos (NMPA) consultou sobre as medidas que eliminam o requerimento prévio à comercialização para testar em animais em produtos de cosmética importados não especiais. As autoridades estão esperando publicar a versão final disto antes do fim do ano.

“A regulamentação dá esperança às marcas, que logo verão algumas mudanças, de que será possível ingressar no mercado sem testar em animais.” indicou Kudsen, da Knudsen & CRC.

O mercado da cosmética na China é um dos maiores a nível global e muitas marcas sentem pressão por ingressar neste, além de ter esperado mudanças nas leis de testes em animais na China por muitos anos.

O Projeto Piloto

A Cruelty Free International confirmou que em maio deste ano, as seguintes companhias têm se juntado ao projeto piloto:

Bulldog Skincare for Men;
7th Heaven;
Neal’s Yard Remedies;
Subtle Energies;
Azena;
Brighter Beauty.

A Brighter Beauty é atualmente a única marca com base na China. Os produtos estarão disponíveis para se comprar em filiais de Watson’s - Uma farmácia de Hong Kong localizada em Xangai, onde encontra-se o projeto.

Fonte: Cruelty Free International